A primeira d?cada do novo mil?nio, mormente o per?odo 2004-2014, cumpriu - entre outras - fun??o did?tica nos embates acad?mico e pol?tico brasileiros. Ap?s praticamente 25 anos de domin?ncia ideol?gica liberal e tentativas - em v?rios campos da vida social e econ?mica - de implementa??o de diretrizes e solu??es desregulamentadoras, privatistas e internacionalizantes, com resultados p?fios ou nefastos sobre indicadores e vari?veis cl?ssicas do comportamento macroecon?mico e do mercado de trabalho nacional, houve em per?odo recente a contesta??o emp?rica e te?rica da alegada supremacia daquelas formula??es. Embora grande parte das mesmas n?o tenha sido plenamente revertida, comprovou-se na pr?tica que o n?cleo-duro do padr?o brasileiro de prote??o social, ancorado historicamente no modelo meritocr?tico-contributivo e no bin?mio trabalho-prote??o social, ? altamente dependente - em termos de sua sustentabilidade institucional e financeira - de din?mica produtiva pujante e virtuosa, praticamente imposs?vel de ser obtida por obra e gra?a das for?as de mercado.