Este livro aborda as similaridades e incongru?ncias entre a arte de registrar os instantes atrav?s da fotografia e a arte de Rubem Braga em escrever suas cr?nicas. A partir da leitura da colet?nea Casa dos Braga: mem?ria de inf?ncia, de Rubem Braga (1913-1990), publicada em 1997, o texto aqui apresentado evidencia nessa obra do Braga o car?ter fragment?rio, o recorte de personagens e paisagens, as dimens?es reduzidas dos textos coligidos e o pendor document?rio dessa recolha de cr?nicas da inf?ncia que conduzem o leitor a surpreender a tang?ncia e a contamina??o das opera??es da escrita memorial?stica pelos processos do dispositivo fotogr?fico, aqui considerado tanto como met?fora da perman?ncia dos res?duos mnem?nicos no aparelho ps?quico, quanto como sintoma que re?ne a fotografia e as ?critures de soi na mesma tens?o "indecid?vel" entre o registro testemunhal do passado e as muitas irrup??es do imagin?rio e da fic??o. Ali mudada em tipos im?veis, a mem?ria textualizada nos mobiliza para vivificar o que est? morto, como no paradoxo em que a fotografia se diz: "eterniza??o do instante".